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Radiação eletromagnética: o início de tudo!

Prof. Dr. Gustavo Baptista

Olá!

Este é o primeiro de uma série de 4 artigos em que eu e o professor Gustavo Ferreira vamos falar sobre Processamento de Imagens de Satélite.

Resolvi escrever esse artigo depois de voltar do XX Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, que ocorreu de 2 a 5 de abril em Florianópolis.

Depois de 6 anos sem participar de um evento presencial de Sensoriamento e com uma pandemia no meio do caminho, é um privilégio voltar a participar de um evento como esse.

Toda vez que vou a eventos dessa natureza, busco perceber o que está sendo feito e o que será tendência nos próximos anos, pelo menos até o próximo evento. Nesse ano não foi diferente, mas, como bem pontuou meu amigo Gustavo Ferreira, que também participou do evento, o SBSR é uma grande integração.

Se avaliarmos esse evento, três eixos temáticos se destacaram: séries temporais; mapeamento de uso e cobertura da terra e geoprocessamento. Ou seja, tirando o geoprocessamento que tem uma aplicação mais ampla, boa parte dos trabalhos visaram avaliar como as áreas variam ao longo do tempo, além de verificar como o ser humano ocupa o espaço. Essa análise mostra o que está sendo feito atualmente.

Mas as seções especiais mostraram que os sensores hiperespectrais e os SAR são as grandes tendências para os próximos anos. E isso porque, além dos sistemas hiperespectrais das agências espaciais italiana e alemã, as empresas privadas representadas pela Head e pela PlanetLabs, mostram que novos dados vão ajudar a avaliar de forma avançada a superfície terrestre. E os dados SAR vêm se popularizando desde de 3 de abril de 2014, quando o Sentinel 1A foi colocado em órbita. Isso nós já vínhamos falando quando lançamos o PDISAR.

Mas, mesmo com tanta novidade, com tantos sistemas sensores disponíveis, a compreensão da radiação eletromagnética – REM é a chave para entender tudo que foi falado no Simpósio.

Tirando aqueles que estavam lá pela primeira vez e que não são da área, todo mundo tem a REM como algo comum. É o idioma falado no SBSR. Aliás, se buscarmos a definição clássica de Sensoriamento Remoto apresentada por Evlyn Pratt nos anos 60, veremos que para realizarmos a “aquisição, processamento, análise e interpretação de imagens obtidas de qualquer objeto ou fenômeno da superfície terrestre, ou mesmo planetária, sem que haja um contato físico de qualquer espécie entre sensor e o objeto”, isso só é possível graças a uma radiação que se propague supostamente no vácuo. Ou seja, devido à REM.

Como costumo falar, para cada sistema sensor, precisamos desenvolver diferentes pensares, mas todos eles são variação sobre a radiação eletromagnética. Tem sensores que vamos pensar em relações de reflexão; outros, de emissão; outros, de retroespalhamento, mas todos são variações sobre o mesmo tema: REM.

Portanto, para você começar a falar o idioma do Sensoriamento Remoto e entender essa ciência de verdade, é fundamental partir da base, da REM. Se não for assim, você será um entusiasta que não vai compreender boa parte do que será abordado, bem como não terá habilidade para saber que tipo de dados supre adequadamente suas demandas.

Cada vez mais a compreensão das bases conceituais do SR será o primeiro passo para você interagir com as demais pessoas que participam e constroem o Fascinante Mundo do Sensoriamento Remoto.

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