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Afinal, qual é a utilidade do RADAR?

Prof. Gustavo Ferreira

Uma pergunta um tanto quanto capciosa, pois a utilidade de qualquer sistema sensor é diretamente proporcional ao tamanho do conhecimento que você tem sobre ele. Quanto mais você sabe sobre determinado sistema, maior é o leque de possibilidades de aplicação. Além disso, à medida em que seu conhecimento sobre os sistemas se diversifica, o entendimento sobre a utilidade de cada um para determinado contexto aumenta exponencialmente.

Contudo, não estou aqui para ficar no mundo das ideias. Vamos entender algumas aplicações do Sensoriamento Remoto por RADAR e você vai saber o porquê deve estudar esse tema fascinante! O sensoriamento remoto por radar de abertura sintética (Synthetic Aperture Radar, SAR) é amplamente utilizado em aplicações em vários setores, incluindo:

  • Monitoramento de desastres naturais: SAR pode ser usado para monitorar terremotos, inundações e deslizamentos de terra, ajudando a identificar áreas afetadas e a avaliar a extensão dos danos
  • Agricultura: SAR pode ser usado para monitorar a evolução de culturas, detectar anomalias e estimar a produção agrícola.
  • Meio ambiente: SAR pode ser usado para monitorar florestas, gelo marinho e recursos hídricos, ajudando a identificar mudanças e a tomar decisões para proteger o meio ambiente.
  • Defesa: SAR pode ser usado para monitorar as fronteiras e detectar ameaças, incluindo a presença de veículos e embarcações ilegais.
  • Geologia/Geomorfologia: SAR pode ser usado para identificar estruturas geológicas e feições importantes para o estudo do relevo.

Quando comparamos os sistemas SAR com os ópticos, podemos levantar algumas diferenças significativas:

  • Fontes de radiação: O sensoriamento remoto óptico usa a luz visível ou infravermelha para coletar informações sobre a superfície da Terra, enquanto o SAR usa ondas eletromagnéticas na faixa das microondas.
  • Condições climáticas: O sensoriamento remoto óptico é bastante afetado por condições climáticas adversas, como nuvens, neblina ou escuridão, enquanto o SAR pode coletar informações com menos interferência climática (não quer dizer que essa interferência seja nula!).
  • Resolução: A resolução espacial do sensoriamento remoto óptico é geralmente maior do que a do SAR, mas o SAR tende a oferecer uma resolução temporal melhor, por conta da menor interferência dos efeitos atmosféricos. Isso significa que é possível monitorar mudanças na superfície da Terra com maior frequência.
  • Penetração: O sensoriamento remoto óptico não consegue penetrar na superfície da Terra, enquanto o SAR pode revelar informações importantes sobre a estrutura do alvo.
  • Detalhes: O sensoriamento remoto óptico trata das interações eletrônicas e vibracionais dos alvos, já o SAR nos oferece propriedades elétricas e estruturais da feição que está sendo estudada.

A ideia central é aproveitar ao máximo todas as vantagens do sistema SAR para aplicá-lo no contexto do seu trabalho. Aliás, você pode mesclar os dois sistemas e extrair resultados incríveis desfrutando do que há de melhor nos dois casos. Se não te convenci até agora, se prepare para a chuva de dados que vou trazer. No último artigo, falei sobre estudar RADAR ou você ficará defasado! Pois bem, deve estar passando pela sua cabeça o seguinte pensamento: isso é conversa, não vejo quase nada sobre RADAR por aí. Antevendo ao seu pensamento, fiz um pequeno levantamento sobre o número de trabalhos publicados sobre a temática SAR de 2000 a 2019, veja:

trabalhos radar

Veja, pesquisei apenas UMA palavra relacionada ao tema e já foram retornados mais de 300.000 trabalhos publicados nesse período! Isso é muita coisa, não é um tema a ser deixado de lado. Outro ponto importante é a subida com mais “força” do gráfico próximo a 2014, ano de lançamento de um dos sistemas RADAR mais utilizados dos últimos tempos: o Sentinel-1. O lançamento do Sentinel-1 foi um marco. Finalmente possibilitou a utilização de dados de RADAR gratuitamente, contando com uma cobertura espaço-temporal jamais vista. É inegável a contribuição do famoso S1 para a popularização do RADAR. 

Se a utilidade e potencialidade do RADAR ainda está nebulosa para você, não se desespere. No dia 06 de Março nós iremos esclarecer tudo o que está confuso sobre o tema, além de te mostrar aplicações reais com dados gratuitos.

Abraço!

Prof. Gustavo Ferreira.

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